quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um Sonho

O interessante é que a gente fica um tempão sem escrever aqui. Aí o Paulo atualiza e eu resolvo colocar um post em cima. Mas é que preciso escrever, senão esqueço e fica perdido para sempre. Outro dia um amigo - que não lembro qual - falou uma frase que achei bacana. Aí, elogiei. E ele disse que era minha mesmo. Ainda bem que elogiei.

Mas não era sobre isso que eu queria falar. Eu comecei a escrever aqui várias vezes desde o último post, mas acabei apagando os rascunhos. Ia avisar que estava tudo bem, que aquela história que narrei teve um final muito, muito, muito feliz. Tanto pra mim como, principalmente, para o PC. Ia também postar umas coisas que alguns amigos indicaram nos comentários deste blog, como o texto da Vanessa sobre cabala ou um que o Fábio indicou, de uns mandamentos indianos. Pensei em postar aqui o "Tudo passa", do Caio Fernando Abreu. Mas não saiu nada decente.

Aí hoje de manhã acordei muito feliz. Muito mesmo. Aliás, tive uma manhã muito bonita. De manhãzinha, sonhei com um conhecido meu que se matou há alguns anos. A morte dele me chocou bastante na época. Tanto que de lá para cá, sonhei com ele frequentemente. Esse negócio de suicídio não é algo que eu lide bem, já percebi. Acho que aos poucos vou tentando me conhecer melhor para reagir melhor a esse assunto, mas até agora tenho fracassado com louvor.

E é um assunto que me rodeia - se bem que acredito que boa parte das pessoas conhece ou conheceu alguém que tentou se matar. Não sei. Esse conhecido - que era uma pessoa que tinha um jeito que me irritava até - é a segunda pessoa que conheci que se matou. Tive um tio próximo que se suicidou também, mas como eu era criança na época, não fiquei tão impressionado como nesse segundo caso.

Pois bem, sonhei que eu encontrava ele e a gente se abraçava muito. Ele estava grisalho. Não mais velho em termos de feições, mas tinha um cabelo acinzentado. E a gente se abraçava, com uma alegria incrível. A qual nunca tivemos - e nem essa proximidade, embora eu tenha trabalhado 5 anos, quase vizinho de baia dele - quando ele vivia. Bom, então ele me disse "você jogou parte da sua vida fora, assim como fiz com a minha".

Em outro tempos, eu ficaria preocupado. Ou acordaria pensativo. Sei que acordei tão bem, tão feliz, que, mesmo não sabendo o que isso signifique, acredito que finalmente ele está em paz. Ele exalava paz no sonho. Sobre a frase, já me arriscaram fizer que no fundo é o que eu mesmo penso da minha vida. Pode ser. Acho que até é - se eu me arrependo de muitas coisas, acredito que essas coisas foram partes da minha vida que joguei no lixo. Sei bem que aprendemos com os erros, com as experiências e com tudo. E o que tem que acontecer acontece coisa e tal. Não vou discorrer sobre isso agora, porque vai fugir do assunto principal, que é a minha manhã.

Bom, de volta ao sonho. Pode ser uma mensagem do subconsciente. E pode ser só isso. Mas pode não ser só isso. Ou pode não ser nada disso. Não consigo definir o que foi, mas penso que de alguma forma eu encontrei com esse conhecido essa noite. E que ele veio me dizer que está bem - logo depois que ele morreu, periodicamente, eu pedia mensagens sobre ele no plano espiritual. Se não me engano, na primeira, a resposta foi a pior possível: que ele, seu espírito, ainda estava dentro do caixão.

Mas vou deixar de lado essa história. Porque acordei muito feliz com esse reencontro e fui para o EscreveCartas. Esse meu post tá parecendo um "Querido diário", mas queria registrar algumas histórias. A Camila me disse umas vezes que acha que quem faz serviço voluntário são pessoas boazinhas de tudo e coisa assim. E o que eu respondi pra ela é que são pessoas normais, que estão disponíveis e dedicam um tempo para, no fundo no fundo, se ajudar.

No EscreveCartas, ouvi uma história muito interessante sobre uma reconciliação de família, que acho que não posso detalhar aqui. Bom, daí fiz uns 4 ou 5 currículos. E todas, todas as pessoas que atendi queriam porque queriam me pagar alguma coisa pela feitura deles. Normalmente é "posso te pagar um cafezinho?" Eu já nem sei receber elogio ou agradecimento direito (fico sem graça, me embanano todo pra agradecer, entre outras coisas), mas quando acontece nessa situações, repito, emociona. Isso sempre acontece e sempre me emociona. As pessoas estão em tal situação que precisam de um serviço gratuito para fazer seu currículo. E mesmo assim, quando terminamos o serviço, querem dar um agrado.

Ver a gratidão por um negócio tão simples - para afortunados como eu, claro - é algo que reconforta muito e faz qualquer um começar bem o dia. E não tem cafézinho que pague esse tipo de coisa.

3 comentários:

  1. Do começo ao fim: Lindo!

    O que também não se paga é o seu aprendizado e crescimento ao fazer um trabalho como esse. :)

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  2. Bucha,

    Não o conheço pessoalmente, mas acredite, acho você uma pessoa incrível, sempre pelo que percebo, querendo ajudar o próximo e não buscando nada em troca. O mundo seria melhor se existissem pessoas como você.
    Post, como sempre perfeito e acredito que seu sonho tenha um significado sim e ainda bem que ele te trouxe paz e serenidade.
    E saiba que sobre os seus feitos, vc tem muitas medalinhas rs...

    Beijos

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  3. Olá Blogueiro,

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