segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Iniciativa privada

Minha estréia aqui nesse blog é de um assunto mais chato, mas como vivo disto durante 8 horas, isso me incomoda muito. Gosto mais de filosofar e teorizar, mas contrariando o que gosto de fazer, vou iniciar a minha participação com uma reclamação mais corporativa. Não sou workholic e estou longe de ser um profissional de sucesso, aliás, preferiria até ser mendigo e feliz do que ser sucedido e infeliz. Juro que das próximas vezes, preferirei falar mais de mim, do que reclamar da vida.
Tinha um professor, João Sayad, que dizia que as grandes corporações eram tão ineficientes quanto as empresas públicas. Sempre tive a tendência de ser mais liberal e sempre duvidei desta afirmativa.
A cada dia que passa, concordo mais com o meu professor. Trabalho numa empresa de grande porte e vejo que as pessoas estão mais preocupadas no seu próprio bolso, do que em função da empresa.
Não que isso seja errado, claro, estamos aqui para trabalhar e ganhar nosso salário no final do mês. Porém, acho que a satisfação de fazer algo que você realmente se importe, durante as 8 horas de trabalho, é bem superior a qualquer remuneração. Pode-se ganhar 3 x mais em qualquer trabalho, mas se não tiver prazer naquilo que está fazendo, não vale um centavo.
Mas o que me incomoda realmente, entretanto, é o discurso vazio e a falsidade, principalmente das pessoas mais indicadas a colocar os interesses da empresa em primeiro lugar, não o fazem. Quem diria nós, do mais baixo clero. Sempre tive uma certa admiração das pessoas que gerenciam uma equipe de pessoas. Mas se pedissem para citar hoje, alguém que admiro no meu ambiente de trabalho, não encontraria ninguém.

Porém, o mais importante de tudo isso é como o sistema se adapta. Por exemplo, eu faço certas ferramentas para controlar os fluxos de trabalho. Posso dizer que 100% das pessoas estão mais centradas em burlar essa ferramenta e mostrar “bons resultados” do que averiguar qualquer desvio no processo. O que para um dono ou acionista, ou mesmo gerente/diretor da área seria ótimo. Mas os mesmo passam os resultados “bons” para o superior imediato, para mostrar que toda a área dele funciona e assim por diante.

Ninguém também assume qualquer responsabilidade sobre qualquer processo. É mais fácil criar um “grupo de trabalho”, onde ninguém assume responsabilidade direta para achar uma “solução”. Ou seja, o processos vão e voltam, porque nunca ninguém atacou a causa-raiz, mesmo porque para isso tem que se indispor com outros departamentos, clientes ou fornecedores. E ninguém quer isso. Então é melhor elaborar um “projeto” e fazer as coisas se resolverem sozinhas.

Conclusão de tudo isso: Estou certo que seria mais feliz se abrisse um negócio próprio, e também que não existe ninguém melhor que ninguém. Só que alguns são promovidos com mais facilidade porque nasceram com a personalidade e comportamentos que são bem mais adaptados nesse ambiente “empresarial”.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pronto

Poucas coisas me irritam e dificilmente incomodo-me com as pessoas. Porém, ando mais crítico que costumava ser, e confesso, tenho dificuldades em lidar com tal mudança. É claro que estou incluso a todas as avaliações e julgamentos deferidos por mim mesmo e tudo isso me causa certo desconforto. Faz com que muitos dos defeitos, antes imperceptíveis, pra mim, hoje sejam insuportáveis, a ponto de deixar-me irritado comigo mesmo por dias. Quanto às pessoas, não consigo deixar de pensar que sempre possam fazer melhor e na maioria das vezes não percebo nem respeito à limitação de cada um. Tornar-se mais crítico não me parece ser algo negativo, mas a tudo sempre existe o meio termo e é justamente isso que tenho que aprender. Tornar-me menos intransigente, é isso que desejo, parece algo fácil, porém para uma pessoa teimosa é um grande desafio.

Sinto a responsabilidade bater à porta o tempo todo. Ultimamente de forma intensa, causando muitas vezes confusão em meus sentidos, mas passado um tempo fica uma sensação agradável como que cumprir com as obrigações tornasse-me mais leve. O dever cumprido agrada. Toda pressão que sinto tento transferir a outrem e é exatamente aí que cometo grande parte de minhas falhas. Exigir menos de mim e dos outros é algo que preciso aprender.

Não consigo pensar na vida se não como um grande desafio. Tenho perdido muito tempo com coisas inúteis e que não fazem a menor diferença. Mesmo estando à mercê de todo tipo de julgamento sinto-me tranquilo e a vontade em relação a tudo. A pressão imposta muitas vezes sufoca, mas quase sempre encontro saída para os mais diversos tipos de situações.

Percebo novas oportunidades surgindo e quero agarrá-las com todas as forças. Tenho certeza que nunca estive tão preparado para tal.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Idiota


Há tantas coisas que quero escrever que muitas vezes fico confuso e sem saber por onde começar. As idéias vão surgindo, mas no fim fica difícil compactar tudo e transformar em texto. Sem contar o fato de que escrever sobre nós não é nada fácil, existe ainda, pelo menos de minha parte, certo receio quanto aos temas escolhidos, já que a maioria reflete algo que sinto. De qualquer forma, ultimamente, tenho estado mais a vontade para escrever, as palavras surgem naturalmente, sem muita dificuldade e não fico mais constrangido em expressar o que sinto. E assim tem sido minha vida, um paralelo aos textos que escrevo.

O que fazemos aqui é algo novo, pra mim.

O mais difícil é escrever quando não temos um assunto específico. Mas justamente estes textos são os que mais me agradam, pois neles escrevo sem compromisso, não sigo nenhuma regra. Os pensamentos vão aos poucos se tornando palavras e o final, pra mim, quase sempre é agradável. Um texto curto, quase sempre mal elaborado muitas vezes é o suficiente.

Muitas vezes penso em voltar atrás e mudar certas coisas. Mas o que seria de mim sem os erros e acertos do passado? Provavelmente não seria quem sou, e hoje me agrada ser o que sou. Agrada-me olhar para trás e perceber que por mais difíceis que sejam nossos caminhos eles são necessários. E tenho certeza que não fossem por eles não seria tão feliz quanto hoje sou.

Recentemente reli O Idiota, na minha opinião um dos melhores livros do Dostoievski. O autor definiu o personagem principal como uma mistura de D. Quixote com Jesus Cristo. O sentimento humanista, suas crises de epilepsia, em meio a tantos desencontros faz brotar o que seria o ser humano ideal. Não vou entrar em detalhes, pois quem não leu pode se interessar.

Citei este livro, pois o mesmo me faz repensar muitas coisas e algumas estão postas aqui.



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Eduardo Galeano

Tenho muito a escrever. Mas enquanto desato os nós, fiquem com um dos meus autores favoritos em uma das coisas mais legais que vi, revi e revi esse ano.