segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

As Coisas se Resolvem Sozinhas

32 anos sem dar uma olhadinha mais atenta para dentro é um tempo e tanto. Daí, quando se começa, encontram-se muitas coisas curiosas. Percebi esses dias que os defeitos alheios que mais me irritam são exatamente os que tenho. Embora esteja tentando mudar, e acho que o primeiro passo para isso é se conhecer e os reconhecer, sei que sou teimoso e muito turrão.

Pois é, aí quando vejo alguém teimando ou turrando, me irrito internamente (quando me irrito, claro. Porque não é sempre) mais do que se eu vir alguém de mau humor ou sendo avarento - cito essas características em especial porque sei, com certeza absoluta, que não as tenho. Daí eu concluo que se eu não fosse eu e me conhecesse, não seria meu amigo. Frase estranha.

Mas eu comecei esse texto para falar sobre ansiedade. Sou relativamente ansioso e nunca fui de levar as coisas tão a sério - por isso, minha ansiedade sempre foi bem controlada. Mas sempre tive a tendência a sofrer por antecipação. Se eu tinha de fazer algo chato no dia seguinte, já ia dormir pensando. Se a tarde teria uma reunião chata, acordava macambuzio (palavra estranha).

Aos poucos, tento mudar isso. Meu pai sempre disse que quem sofre por antecipação sofre duas vezes. Quando, na verdade, pode não sofrer nenhuma. Às vezes, o que pode ser um chato evento vindouro pode ser, na prática, uma excelente e grata e surpreendente experiência. Expectativa é quase tudo. Aliado a isso, tenho adotado bastante o mantra do Alex, que pode parecer simplista e cômodo (e é mesmo), mas que ajuda muito a sofrer menos.

"As coisas se resolvem sozinhas." Claro, não é tudo que se resolve sozinho. E não acho que devemos simplesmente sair por aí cagando e andando para o que der e vier Mas não é uma bobagem. Na prática, a gente não tem que resolver tudo. Acho que a frase quer dizer que é possível peneirar o que fazer e quando fazer, saber delegar e não ser tão possessivo. Respeitar seus próprios limites e ainda as necessidades alheias

Tarefas extremamente difíceis.

Acho que isso tem a ver com mais duas frases que estão martelando na minha cabeça há dias - "quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece" e "intenção é tudo, o ato é nada" - mas ainda não achei o link. Quando achar, volto aqui para escrever mais sobre o assunto.

5 comentários:

  1. Acho que 32 anos não é muito tempo não, Bucha, tem gente que passa a vida toda sem perceber nada disso... Muito bom o texto.

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  2. Eu acho que as coisas se resolvem sozinhas. E acho também, que não adianta nenhum pouco sofrer por atencipação ;)

    Se puder, de uma olhada, em seu tempo quase nada livre: http://tempoolivre.blogspot.com/2010/02/interpretando-pandora.html

    beijos

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  3. Acho que o seu texto está bem relacionado com a oração da serenidade, lembra?
    Mas é tão difícil deixar acontecer, e é nisso que muitas vezes erramos, tentando consertar o que não tem como ser, naquele momento.

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  4. Pois é, eu bem me identifico com o que você escreveu, ainda costumo dizer a pessoas que me conhecem bem que eu choro antes de ver o defunto (quem é ansioso sabe bem como é ruim a sensação do antes).É difícil o processo de mudança, requer uma paciência enorme mas acredito que o esforço é válido.

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  5. Fico muito em dúvida sobre isso de que o que vale é a intenção... Não tenho opinião formada, preciso pensar melhor sobre o assunto, mas pode ser que seja verdade.

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