segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eu quero acreditar

Não julgar. Não ser diretivo e respeitar a individualidade do outro. Acreditar que o outro sabe muito melhor qual é seu melhor caminho do que eu, que estou de fora. Respeitar a individualidade, ouvir, não opinar ou ser diretivo.

Quando fugir desse caminho, olhar para dentro. Se entender, compreender o que me incomoda e como posso mudar, aceitar, digerir melhor a questão e devolver bons sentimentos, boas vibrações e excelente postura.

A teoria é linda. A prática, também. O duro é exercitar em sua plenitude tudo o que escrevi acima. É exercício diário. Horário, na verdade. A todo momento, para ser honesto. É muito simples dizer que "cada um sabe seu caminho e respeito suas escolhas". A prova vem quando aparece alguém com uma corda no pescoço. Não é simples não dizer "alto lá, pensa bem".

Mas nem preciso ir tão longe ou ser tão dramático.

Por vezes, é muito difícil aceitar a escolha de certas pessoas. Como quando a gente se lamenta que fulano começou a namorar sicrana insuportável. Ou quando fulana sumiu da roda de amigos porque casou, ou mudou ao se juntar com sicrano que é um débil mental.

Aí, o próximo passo é ser maledicente. "Mas cidadão é uma anta, um pau mandado. E namora uma coisinha que é o Hitler sem bigode. Ou melhor, de buço." E assim por diante.

Aí, o primeiro passo, acho, é calar. Depois, olhar para dentro, e entender porque é tão incômoda aquela situação. Depois disso, como fazer para que a situação pare de te incomodar. É uma espécie de engenharia reversa, que parte da ação, pula para o pensamento e termina no sentimento. Já que, aí sim acredito piamente e desde algum tempo tento colocar em prática, tento ser uma pessoa melhor a partir do sentimento. Com eles em sintonia e em paz, o pensamento serena e as ações são melhores possíveis.

Ações essas que devem ser exercitadas diariamente. A todo instante, na verdade. Ainda esotu engatinhando, mas eu quero acreditar. E colocar em prática.

14 comentários:

  1. Faz tempo que nao te vejo por aqui...
    Muito bom!

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  2. Já passei por essa situação. Nada facil aceitar uma pessoa querida com alguem que julgamos nao ser bom o suficiente para ela. Mas certas coisas a gente nao entende, aceita, ou finge que.
    Mas completando o titulo do texto: "Eu quero acreditar...que a chatinha vai embora e meu amigo vai voltar!" rs.

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  3. Carol e Paulo, valeu.

    Anônimo, foram só exemplos hipotéticos. ;)

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  4. Mas vc detalhou tão bem que eu fui na sua, rs. Acho que é sentimento contido.

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  5. Ou não tão contido, já que acabo de escrever aqui.

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  6. Esse lance de aceitar é fods....muitas vezes eu tb custei a aceitar certas coisas, porém...é a escolha da outra pessoa.

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  7. recentemente tenho pensado muito no direito universal que todos devem ter de falar mal de alguém, mesmo que seja num desabafo. colocada essa incoerente ressalva, concordo com tudo no texto!

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  8. Concordo com o direito, Rô.

    Mas o meu objetivo é não ter essa vontade, necessidade, etc. É simplesmente não me incomodar a ponto de prescindir, sem perceber, desse direito.

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  9. Acho legal pensar assim, ou tentar ser assim. Talvez um monge consiga. Eu não, gosto mesmo é de xingar, falar mal, e julgar as pessoas, sei lá, parece mais humano, mais insensato, mais divertido, mais verdadeiro.

    Sempre pre-julgamos todas as nossas ações, por mais breve, de acordo com nossos Valores. O que eu acho é que devemos cuidar destes nossos valores, assim tomaremos as melhores decisões no nosso microuniverso e com um mínimo de arrependimento.

    Mas eu não vou julgar quem está certo...hehehe.

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  10. Concordo, Alex.

    Penso também que seja algo utópico. E a utopia serve para aquilo lá que o Eduardo Galeano fala, como um objetivo que nos impele à frente.

    E não acho que seja uma questão de julgar quem está certo ou errado. Não acho que seja certo ou errado. É algo que só é, me parece.

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  11. Não acho que seja coisa de monge, não, Alex. Se tentar, não é tão difícil. Sem contar que isso deveria ser o tipo de conduta de qualquer pessoa.

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  12. Ola velhinho!!
    Voltou com tudo eh... Concordo e te admiro por persistir em querer ser uma pessoa melhor, e principalmente exercitar o nao julgar. Isso tambem me assombra, sobretudo quando acontece no trabalho. Ai, por sorte ou azar, não sei, geralmente recebo um corretivo quase que de imediato.
    FELIZ ANIVERSARIO ATRASADO, BJ. Rita F.

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  13. Eu acho que ninguém é obrigado a aceitar as escolhas de ninguém. Só precisa respeitar. Acredito que, depois de uma certa idade, cada um sabe o que é melhor pra si. E não cabe aos amigos, à família, à sociedade dizer o contrário. O tempo pode até mostrar que as escolhas foram erradas ou então confirmar que foram corretas, mas essa é uma questão muito particupar de cada um. Mas eu sei que julgar, falar mal... é algo muito difícil de tirar da nossa vida. São hábitos, né? Não sei se é preciso abandonar tudo isso, a não ser que te faça muito mal, que não te deixe ser feliz, porque, nessa vida só a felicidade, o amor e as amizadem importam. Ah, você devia escrever mais aqui.

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